Começou ouvindo vozes no seu apartamento em Porto Alegre. Dizia aos filhos ao telefone que ouvia sempre o mesmo homem murmurando. Achavam que era porque morava só há bastante tempo e que poderia ser um efeito normal do envelhecimento. Já então contava com seus quase 80 anos. Ela vinha uma vez ao ano ao Rio de Janeiro. Em uma destas ocasiões, deu-se o inevitável Dona Aparecida teve um surto psicótico. Voltava um dos filhos do trabalho e ao entrar na casa deparou-se com o irmão, sobrinhas, cunhada sentados solenes ao lado de Dona Aparecida no sofá da sala atentos todos a televisão. Cordatos com a história imaginária que a mente da velha senhora havia criado. História com pormenores que impressionavam. Dizia estar sendo monitorada por homens encarcerados donos de poderosa máquina dentro da cela. O artefato clandestino emitia ondas eletromagnéticas que entravam em seu cérebro dando-lhe ordens e vendo através de seus olhos. Ela estava calma e realmente acreditava naquilo tudo. Se