Saíra pela manhã de casa para correr embora não soubesse se o queria realmente. Uma força física a empurrava. Como um animal enjaulado buscava a liberdade. Enjaulada em suas próprias armadilhas existenciais. Não suportaria estar em casa o dia inteiro. Naquela casa antiga. Precisava cuidar das partes quebradas nas lajes do pátio. Os batentes das portas descascando. Fogão e geladeira enferrujando .A gata que havia sofrido maus tratos por sua família agora com ela. O bichano era agitado .Devia já ter seus 15 anos, urinava na base da geladeira a noite e as vezes na porta de seu quarto. Haveria de colocar uma bacia de areia em cada ponto onde ele urinava. Chegou ao aterro do flamengo que no domingo sempre se encontrava fechado para carros. Dava-lhe prazer redobrado, pela amplitude de horizontes, espaço largo para correr. Sentia o corpo pesado. Sempre associava estas sensações a idade que lhe pesava mais do que deveria pois gozava de boa saúde. Ao passar pelo praça sentiu emanações ne