Pular para o conteúdo principal

Mulher é fruta

Todas nós mulheres concordamos que buscamos o desejo masculino, através do olhar , das roupas que escolhemos todo dia para sair as ruas. É vero que muitas das vezes nem precisamos tanto desse olhar, que nos bastamos, mas isso não dura pra sempre. Volta e meia estamos lá querendo esse desejo.Nossa mente anseia por isso.Pela imensidão do olhar do outro, pelo seu silencioso querer. Trata-se de um processo milenar , anscestral e natural. Olhamos uma fruta e queremos prová-la. Enquanto nosso corpo ainda exalar um resquício de frescor e juventude , e a libido pulsar mesmo que entre dentes ficaremos felizes se alguém quer nos tocar ou se aproximar. Dai surgem as famosas metáforas de mulheres frutas. Porque somos frutas. Frutas que querem ser comidas e degustadas. Desejamos que nos queiram. E quando já não somos olhadas e desejadas compensamos com outros saberes. Mas ser fruta não é ruim.O ruim é transformar a própria personalidade num todo carnudo ser-fruta, mulher-melancia, pera, maçã, ou banana (ainda não surgiu uma mulher banana). Mas para lá das colocações morais , feministas ou machistas deixemos essas mulheres gozarem de seus prazeres sem limite e pudor porque há lugar para todas as bundas. Elas devem  rir de si próprias  entre quatro paredes e seus filhos também  porque sabem que suas mães são apenas frutas, mulheres frutas. Afinal todas nós  sentimos o  febril  querer  de um toque , de uma boca suculenta . Nos envaidecemos por   quem nos almeja "comer". Em um momento o outro nos sentimos "frutas". Por isso  mulheres-frutas dancem !!


Mulheres e Frutas / 1962
                                                                                          Di Cavalcanti

Postagens mais visitadas deste blog

O CAMINHO DO MEDO

Deixava-se inundar pela angústia como uma roupa usada a qual se agarrava para não alcançar a felicidade. Sempre achara que não merecia ser feliz. Não conseguia sentir-se em casa naquela lugar. Sentia-se uma intrusa no meio daquelas pessoas, quase uma criminosa. Tinha sido nesse tempo que morara ali,  frágil,  envolvendo-se em conflitos com moradores da casa. C asa  acolhedora, bonita, em o a uma vila arborizada, tranquila. Poderia ter sido feliz ali, mas não. Será que ainda seria tempo A imagem que criara a incomodava,  de uma mulher quebrada financeiramente, com parentes viciados em drogas. Esquisita, desiquilibrada. Problemas no aluguel havia tido.  Precisaria ganhar mais dinheiro para sair. Mas a  depressão ia minando as iniciativas que poderiam ser tomadas para ter mais sucesso profissional. A tristeza por ver-se menos bela e desejada. Então castigava-se.  Já não suportava ficar sózinha. Questionava-se se aquilo seria produto dos seus medos, um cansaço de si. Suportar-se era o gran

Jogou fora os remédios

Nesse dia jogou fora o Rivotril na pia espirrando seu conteúdo no ralo, como uma bisnaga. O líquido viscoso com gosto bom, levemente adocicado que havia acompanhado seus dias durante uma década. Durante dois anos tentou livrar-se muito lentamente do benzoazepínico pois havia chegado ao número de 37 gotas,  equivalente a 4 comprimidos de 2mg . Tomava à noite para dormir  seis horas reconfortantes de sono. Depois de tanto sacrifício teve as recaídas. Ia buscar no posto médico um tubinho, tirava o rótulo. Por três vezes pegou o remédio para depois jogar fora.   Tinha  medo da angústia que ainda  acompanhava sua rotina. Foram várias recaídas, pingava na palma da mão  3, 4 , até 5 gotas em dias perversos. Sempre quando acordava no meio da noite cheia de medo do presente. Sabia que se ficasse com ele novamente não poderia mais seguir como planejara. Firme , enfrentando pensamentos sombrios que tornavam sua mente um lugar insuportável de estar. Nesse dia acordou sentindo no corpo uma triste

Urgência de viver

  Era uma urgência de viver tão grande que não lhe permitia pensar. Era um vozerio de tanta gente em sua cabeça que não lhe permitia gostar das pessoas. Em alguns momentos até gostava, como do filho. Um amor dolorido por que de precisar . Precisar tanto que já não servia para nada. Se buscava nos espelhos, se refazia nos olhares que lançava as pessoas na rua. Quem eram aqueles seres costas recurvadas que tanto lhe apavoravam.? Estaria ficando louca talvez. Mas não tinha certeza. O que sabia era que precisava fazer. Agir. Ter coragem de se olhar no espelho e gostar de si mesma. Por que foram tantos erros que deixara de gostar.