Todas nós mulheres concordamos que buscamos o desejo masculino, através do olhar , das roupas que escolhemos todo dia para sair as ruas. É vero que muitas das vezes nem precisamos tanto desse olhar, que nos bastamos, mas isso não dura pra sempre. Volta e meia estamos lá querendo esse desejo.Nossa mente anseia por isso.Pela imensidão do olhar do outro, pelo seu silencioso querer. Trata-se de um processo milenar , anscestral e natural. Olhamos uma fruta e queremos prová-la. Enquanto nosso corpo ainda exalar um resquício de frescor e juventude , e a libido pulsar mesmo que entre dentes ficaremos felizes se alguém quer nos tocar ou se aproximar. Dai surgem as famosas metáforas de mulheres frutas. Porque somos frutas. Frutas que querem ser comidas e degustadas. Desejamos que nos queiram. E quando já não somos olhadas e desejadas compensamos com outros saberes. Mas ser fruta não é ruim.O ruim é transformar a própria personalidade num todo carnudo ser-fruta, mulher-melancia, pera, maçã, ou banana (ainda não surgiu uma mulher banana). Mas para lá das colocações morais , feministas ou machistas deixemos essas mulheres gozarem de seus prazeres sem limite e pudor porque há lugar para todas as bundas. Elas devem rir de si próprias entre quatro paredes e seus filhos também porque sabem que suas mães são apenas frutas, mulheres frutas. Afinal todas nós sentimos o febril querer de um toque , de uma boca suculenta . Nos envaidecemos por quem nos almeja "comer". Em um momento o outro nos sentimos "frutas". Por isso mulheres-frutas dancem !!
Mulheres e Frutas / 1962
Di Cavalcanti
Mulheres e Frutas / 1962
Di Cavalcanti