De repente nos vemos assolados pelas notícias vindas do Egito. O que pensar de um país que sempre foi referência histórica para paisagens fixadas na memória de esfinges, piramides, múmias tantas vezes nomeadas nas salas de aula. De uma hora para outra e surpreendentemente esse tranquilo país nos chega gritando através das imagens de violência e repressão da polícia para conter uma população revoltada e ressentida pelas ruas.São milhares protestando até com pedras e paus,consequência de 30 anos sob a governança corrupta de Hosny Mubarak e seu partido. E parece que dessa vez a motivação não é religiosa nem anti-americana, por enquanto nenhuma bandeira dos EUA foi queimada em praça pública. Movimento de sublevação que deve ter sido inspirado na recente revolta na Tunísia e que configura um novo caráter político para o Oriente Médio. Mubarak que teria pago policiais para manifestarem-se a seu favor e contra o povo nas ruas só fomentou mais ainda os conflitos. Depois de dez dias de violentos conflitos, o saldo é de oito mortes, e mais de 800 feridos , entre eles vários jornalistas. Toque de recolher , cerceamento a imprensa e internet não dão indícios de que o final do movimento é previsto já que empresários e partidários do ditador egípcio não reconhecem ainda como legítimas as manifestações públicas em várias cidades e principalmente na capital Cairo.
Um partidário de Mubarak ataca manifestantes opositores próximo a praça Liberação |
CARNAVALIZANDO
na LAMA
Quarta-feira
de cinzas é o dia mais soberbo do carnaval. É quando com curiosidade revemos
fotos, lemos sobre quem foi mais aquilo ou mais isso no desfile da folia pelo
Brasil. A mais bonita rainha, quem passou dos limites. Quem mostrou mais do que
deveria. Existem dois carnavais o de rua e o das passarelas com suas fantasias
de luxo e carros alegóricos.A intenção de festejar é a mesma nos dois lados,
brincar e pular. Além das interpretações políticas ou religiosas sobre ser o
carnaval o ópio do povo, desperdício de dinheiro público, estímulo a
prostituição e depravação eu penso que acima de tudo a festa é popular . E quem
não tem direito ao prazer desde que este seja ordeiro e inofensivo? Os blocos
de rua que estão mais próximos de uma festa naturalmente popular e autêntica me
chamam atenção. Esse ano foi pródigo em originalidade tanto na escolha de
fantasias nas ruas como nos nomes para os blocos. No Rio Grande do Norte Os Cão da Redinha
já tem uma tradição de 45 anos nas ruas de Natal. Ontem como é de tradição na
terça-feira de carnaval, os foliões chegaram cedo para confeccionar as
suas fantasias que se originam de um mergulho no mangue do Rio Potengi.
Crianças , idosos , famílias inteiras saem "vestidos" de lama
para a folia. Num autêntico mergulho a infância. Só que agora ninguém poderá impedir
a sujeira e o banho na lama que todos gostaríamos de ter feito para horror de
nossos pais.Nesse ano mais de dez mil pessoas participaram do
"mela-mela" nordestino.