Pular para o conteúdo principal

Gritar a notícia não é informar

Posso dizer que amo o jornalismo. Um de meus melhores professores na universidade já dizia "fazer jornalismo é transformar um acontecimento aparentemente banal em notícia". Mas em certos programas o que se vê é uma exploração autista de um fato até o esgotamento da paciência do espectador. Eu não sei porque certos apresentadores ganham cachês abismais para falarem pouco e não acrescentarem informações relevantes sobre determinados fatos. É o caso de Datena que agora comanda o Cidade Alerta na TV Record. 
 A voz e o timbre são agradáveis ao contrário do estilo "gritão" adotado pelo maioria dos locutores que seguem esse tipo de formato de programa de notícias mas ficar ouvindo o programa é um pé no saco. Ele permanece com imagens repetitivas durante mais de vinte minutos sobre uma mesma situação bradando as mesmas frases. Um exemplo é a última notícia sobre a tal moça que foi agredida pelo namorado e ficou toda rebentada. Eles filmavam a moça em close, os seus olhos roxos, enquanto a mesma descreve em detalhes e chorosa o que havia acontecido. A camêra vasculha tudo o que pode se relacionar com o acontecido, equanto Datena fica entoando seu cântico de reprimendas. E nesse episódio eles permanecem por meia hora, filmando a moça, suas mãos, seu papagaio, a frente da casa etc. E não acrescentam novos dados. A cantilena é estressante. Isso é para mim a caricatura do jornalismo, pois não se trata de transformar um fato em algo interessante mas sim  dar um "zoom" sensacionalista sobre a verdade apresentando detalhes que fazem o incauto ficar "preso" ao fato sem conseguir discernir e pensar. 

Postagens mais visitadas deste blog

O CAMINHO DO MEDO

Deixava-se inundar pela angústia como uma roupa usada a qual se agarrava para não alcançar a felicidade. Sempre achara que não merecia ser feliz. Não conseguia sentir-se em casa naquela lugar. Sentia-se uma intrusa no meio daquelas pessoas, quase uma criminosa. Tinha sido nesse tempo que morara ali,  frágil,  envolvendo-se em conflitos com moradores da casa. C asa  acolhedora, bonita, em o a uma vila arborizada, tranquila. Poderia ter sido feliz ali, mas não. Será que ainda seria tempo A imagem que criara a incomodava,  de uma mulher quebrada financeiramente, com parentes viciados em drogas. Esquisita, desiquilibrada. Problemas no aluguel havia tido.  Precisaria ganhar mais dinheiro para sair. Mas a  depressão ia minando as iniciativas que poderiam ser tomadas para ter mais sucesso profissional. A tristeza por ver-se menos bela e desejada. Então castigava-se.  Já não suportava ficar sózinha. Questionava-se se aquilo seria produto dos seus medos, um cansaço de si. Suportar-se era o gran

Jogou fora os remédios

Nesse dia jogou fora o Rivotril na pia espirrando seu conteúdo no ralo, como uma bisnaga. O líquido viscoso com gosto bom, levemente adocicado que havia acompanhado seus dias durante uma década. Durante dois anos tentou livrar-se muito lentamente do benzoazepínico pois havia chegado ao número de 37 gotas,  equivalente a 4 comprimidos de 2mg . Tomava à noite para dormir  seis horas reconfortantes de sono. Depois de tanto sacrifício teve as recaídas. Ia buscar no posto médico um tubinho, tirava o rótulo. Por três vezes pegou o remédio para depois jogar fora.   Tinha  medo da angústia que ainda  acompanhava sua rotina. Foram várias recaídas, pingava na palma da mão  3, 4 , até 5 gotas em dias perversos. Sempre quando acordava no meio da noite cheia de medo do presente. Sabia que se ficasse com ele novamente não poderia mais seguir como planejara. Firme , enfrentando pensamentos sombrios que tornavam sua mente um lugar insuportável de estar. Nesse dia acordou sentindo no corpo uma triste

Urgência de viver

  Era uma urgência de viver tão grande que não lhe permitia pensar. Era um vozerio de tanta gente em sua cabeça que não lhe permitia gostar das pessoas. Em alguns momentos até gostava, como do filho. Um amor dolorido por que de precisar . Precisar tanto que já não servia para nada. Se buscava nos espelhos, se refazia nos olhares que lançava as pessoas na rua. Quem eram aqueles seres costas recurvadas que tanto lhe apavoravam.? Estaria ficando louca talvez. Mas não tinha certeza. O que sabia era que precisava fazer. Agir. Ter coragem de se olhar no espelho e gostar de si mesma. Por que foram tantos erros que deixara de gostar.