e não tinha condições de averiguar a extensão e profundidade do vazamento, tanto que teve de pedir emprestado a Petrobrás equipamentos mais modernos para checar o vazamento com precisão. De 1964 a 1990, a Texaco, pertencente à Chevron, despejou bilhões de galões de lixo tóxico na Amazônia Equatoriana e depois foi embora. Encarando uma derrota nos tribunais, a Chevron tem feito uso de seu poderoso lobby e departamento de relações públicas para intimidar seus críticos a ficarem em silêncio e se esquivar da culpa pelo enorme desastre ambiental e humano causado pela empresa. Então essa história já é bem antiga. Como o destino do planeta está muito ameaçado, com tragédias ambientais e catástrofes naturais cada vez mais frequentes, a preocupação aumentou agora. Mas nem tanto.
O Brasil não está preparado para evitar ou conter vazamentos de petróleo: o investimento em tecnologia preventiva é baixíssimo e o tal Plano Nacional de Contingência, embora previsto em lei, nunca saiu do papel. Para especialistas, o derrame de óleo da americana Chevron deve servir como alerta para corrigir o despreparo, tanto de empresas como dos órgãos de controle. Vale lembrar que a legislação brasileira de controle de poluição por óleo existente só foi elaborada a partir de um dos piores acidentes já registrados no Rio: o derrame de mais de um milhão de litros de petróleo na Baía de Guanabara, após o rompimento de um oleoduto da Petrobras, em 2000. Sempre é preciso que aconteçam tragédias para que se tomem soluções infelizmente. Essas embarcações que carregam óleo deveriam ser melhor controladas pela Marinha. Os ministérios da Pesca e do Turismo, bem como o Ibama, também deveriam ter suas atuações mais detalhadas, fazendo um mapeamento das regiões mais vulneráveis e as que que deveriam ser áreas de exclusão devido à sensibilidade dos ecossistemas.
E agora segundo previsões do IBAMA o óleo derramado pela Chevron no campo de Frade, na Bacia de Campos, pode chegar às praias do Rio, sobretudo Búzios e Angra, e também do Espírito Santo e São Paulo (Ubatuba) dentro de duas semanas. Dois terços de todo o óleo derramado, ainda está abaixo do espelho d’água e depois de um processo físicoquímico vira pelotas que vão acabar nas praias. Ele acrescentou que tudo vai depender agora das condições climáticas para determinar o tempo que essas "bolas de piche" vão levar para chegar nas praias.