O mal tão evidente e personificado no filme Alice, ao contrário do que vemos hoje |
Assistindo ao maravilhoso Alice no País das Maravilhas a última versão com J.Deep como o chapeleiro maluco, percebi o quanto a fantasia pode ser importante nas nossas vidas. Por acaso fui acabar vendo este filme na TV e ele entrou como uma nuvem que coloriu meu cérebro.
Na hora não percebi o efeito disto. Só quando amanheceu no outro dia. Tive sonhos e os sonhos não passam de fábulas, fantasias que criamos para driblarmos a realidade.Brincamos com os personagens de nossas vidas nos sonhos. E olha que quase nunca me lembro deles. A Rainha Vermelha com sua enorme cabeça que em gesto compulsivo, sempre quando contrariada, manda cortar as cabeças de quem lhe incomoda. A Rainha Branca, um poço de bondade e delicadeza, inteligência. No filme a maldade não vem travestida, é clara e gritante encarnada na Rainha Vermelha e seus seguidores, a ditadora. O que vemos ali é uma maldade burra, a Rainha Vermelha é pouco esperta, impulsiva. Mas não é assim na realidade sabemos disso. A maldade é inteligente, sagaz e vem vestida das mais diversas formas. Pode ser bondosa, íntegra e terna. No final mostra suas garras. Mas no filme Alice no País das Maravilhas tudo é muito claro, e se fosse assim hoje seria ótimo. Saberíamos quem é ruim e quem não é, quem é bandido e quem é bom moço. Seria tudo muito mais fácil. Num dado momento Alice diz que o mundo é dos loucos, os loucos bons, criativos. Hoje somos obrigados a conviver com pessoas travestidas de boas, hipócritas porque precisam assim ser para conviver ou no ambiente de trabalho ou com maridos que não suportam mais. O fingimento é uma arma utilizada para a sobrevivência. E quando alguém finge ser o que não é pode ser um fingidor que certamente no filme de Alice estaria no time da Rainha Vermelha.