É importante que os relacionamentos, amizades tenham começo, meio e fim. Como um livro. Um filme. Que maravilhoso é poder ouvir de alguém que é preciso terminar, não encontrar mais, não mais manter a amizade ou um relacionamento, por que motivos tais estão impedindo que as coisas sejam mais felizes e fluam, como na natureza. Chega um momento em que as energias se esvaem, se perdem e é preciso partir para outra história, outro livro, filme.Isso é inevitável.
Mas o pior é quando não se termina algo ou nem se começa.
É quando os fatos ficam suspensos como em um varal secando indefinidamente em meio ao sol e a chuva. E assim é para muitas mulheres que os relacionamentos fantasmas acontecem. Depois de alguns encontros, e principalmente depois da terceira cama, um dos dois some. Não liga, nem um bom dia ou boa noite. No princípio convites para ir ao cinema, sempre uma palavra, um interesse, depois o silêncio, o medo de gostar. Que dure pouco, mas dure um pouco, de forma que algo seja construído e reconstruído. Que se possa beber até o final e não deixar a garrafa solitária e azeda de vinho num canto. Que se esgotem as vontades, que se conheça a história desse alguém que nos escapa como um fantasma. Pior do que ouvir um não quero mais, me deixa em paz, ou vamos dar um tempo é ficar com as mãos vazias sem nem sequer tê-las preenchido com algo verdadeiro. E não me refiro a encontros casuais e fortuitos. Alegres e curtos. Mas à aqueles em que se sente a pele ardendo, o coração batendo forte, a necessidade vital de preencher os espaços de uma pintura com as cores da coragem que o amor nos traz. Sim, pior do que ouvir não quero mais é não ouvir nada e ser jogada no vácuo do silêncio covarde.