A infância é uma das fases mais preciosas da vida. Lá se moldam nossos sonhos, nossa mente fica banhada por sons, frases, acontecimentos que vão criando nossas vontades.Como uma escultura esculpida por muitas mãos, vamos prosseguindo e recuando.Mas nossas tendências de caráter já se mostram e isso só percebemos quando já adultos. Eu seguidamente me imaginava brilhando nos palcos como bailarina quando criança. Fiz ballet clássico quando tinha 12 anos e essa sensação do sonho de estar no palco dançando ficou pintada pra sempre. Talvez tenha sido o início do desejo...
de perpetuar-me através da arte. De tornar-me pública. E esse sonho me embalava e por si bastava.A atitude de contemplação que a imagem que eu via de mim mesma vestida de bailarina era tão forte que me deixava em êxtase. Hoje percebo que ali estava um pouco do que eu seria, quando ao invés de tomar atitudes rápidas preferia ficar sonhando e sonhando.Era um sonho que eu não compartilhava. Esse compartilhar é claro sem a conotação que hoje damos ao verbo, que é a de dividir idéias através das redes sociais na web.Compartilhar no sentido de demonstrar nossa expectativa. Eu acalentava esse sonho como algo secreto, me dava prazer ficar dentro dele. Eu me drogava com ele. E fui permanecendo nesse perfil solitário e contemplativo no decorrer dos próximos anos, também por que tinha uma família que não demonstrava sentimentos.Então ao invés de lutar eu desistia, perdia a vontade, cansava. O ballet me cansou mas o sonho permaneceu. A bailarina, uma fantasia tão real na qual eu mesma não acreditava. Temos em nossas mãos a matéria prima do que poderemos ser. E dependendo de quem está ao nosso lado, o que é natural e bruto em nossa estrutura psicológica permanece de certa forma inalterado com tempo , apenas mudando de aspecto.Como a escultura a qual me referi no princípio. Percebo hoje a minha luta para sair do sonho.Quando o princípio do que poderia ter sido me deixa satisfeita por que apazigua minha culpa. Eu me vejo lá. Eu me assisto na minha imaginação e é quase como se tivesse acontecido.Como quando me imaginava dançando um solo. A minha dificuldade para colocar em prática minhas idéias. Naquele infância eu já me encontrava pronta. Nós somos a criança agora fantasiada de adulto tentando indefinidamente sair do divertido e quente mundo da imaginação para o cansativo e real mundo da disciplina, concentração, do estudo e da perseverança.
de perpetuar-me através da arte. De tornar-me pública. E esse sonho me embalava e por si bastava.A atitude de contemplação que a imagem que eu via de mim mesma vestida de bailarina era tão forte que me deixava em êxtase. Hoje percebo que ali estava um pouco do que eu seria, quando ao invés de tomar atitudes rápidas preferia ficar sonhando e sonhando.Era um sonho que eu não compartilhava. Esse compartilhar é claro sem a conotação que hoje damos ao verbo, que é a de dividir idéias através das redes sociais na web.Compartilhar no sentido de demonstrar nossa expectativa. Eu acalentava esse sonho como algo secreto, me dava prazer ficar dentro dele. Eu me drogava com ele. E fui permanecendo nesse perfil solitário e contemplativo no decorrer dos próximos anos, também por que tinha uma família que não demonstrava sentimentos.Então ao invés de lutar eu desistia, perdia a vontade, cansava. O ballet me cansou mas o sonho permaneceu. A bailarina, uma fantasia tão real na qual eu mesma não acreditava. Temos em nossas mãos a matéria prima do que poderemos ser. E dependendo de quem está ao nosso lado, o que é natural e bruto em nossa estrutura psicológica permanece de certa forma inalterado com tempo , apenas mudando de aspecto.Como a escultura a qual me referi no princípio. Percebo hoje a minha luta para sair do sonho.Quando o princípio do que poderia ter sido me deixa satisfeita por que apazigua minha culpa. Eu me vejo lá. Eu me assisto na minha imaginação e é quase como se tivesse acontecido.Como quando me imaginava dançando um solo. A minha dificuldade para colocar em prática minhas idéias. Naquele infância eu já me encontrava pronta. Nós somos a criança agora fantasiada de adulto tentando indefinidamente sair do divertido e quente mundo da imaginação para o cansativo e real mundo da disciplina, concentração, do estudo e da perseverança.