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No teatro o espaço é nosso

Estou novamente fascinada pelo mundo do teatro, suas máscaras. A preparação do corpo , da voz e mente para assumir vários papéis. Outras vidas, pessoas, gestos, timbres, rítmo, ação!
Nessa foto a atriz e bailarina russa Pavlova. Quando a ação é mais do que falar e gesticular, usar o corpo, deixar-se levar pela idéia da cena, pela emoção que respira. 


No decorrer das aulas de Corpo , observei diversos aspectos quanto a minha maneira de relacionar-me com as pessoas e o espaço onde transito diáriamente...
Durante as aulas, temos desenvolvido exercícios onde precisamos buscar dentro de nós emoções abafadas e escondidas pelo cotidiano. Nosso olhar sobre as coisas, o tempo , os objetos que nos rodeiam e sobre as pessoas é instigado a tomar novas formas na prátca de movimentos e improvisações.
A preparação do corpo é fundamental para o teatro, é preciso que ele esteja disponível , sem as amarras e bloqueios conscientes ou inconscientes que nos impedem de espressar sentimentos verdadeiros.O teatro necessita que representemos a verdade dos personagens e para isso precisamos aguçar todos os nossos sentidos e imaginação.Tenho descoberto e aprendido nesses meses de aulas de Corpo com Jana a ir mais além do que imaginava com meu corpo, praticando com meus colegas novas formas de explorar e perceber o espaço que nos rodeia. Percebo as nuances que podemos extrair do que pode ser leve, pesado , contido, expansivo, através de nossos gestos e posturas. Também a importância do subjetivo que cada toque ou movimento pode nos trazer. Como Laban decupou o movimento nos mínimos detalhes e principalmente na dança, essas concepções tem sido utilizadas  pois é preciso equilíbrio e sincronismo no que uma cena pode trazer. Os movimentos que podemos extrair de nosso corpo são ilimitados, e a cada aula aprendemos mais e mais sobre a arte de fazer de nosso corpo  um instrumento de materialização de nosso sentir subjetivo. Que seja favorável a nós e não esteja em oposição. Pois mesmo na dor ele tem de estar disponível, pois somos atores do imaginário e o corpo é nosso instrumento.


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