Existem várias categorias de músicos no Brasil. E talvez eu esteja sendo pessimista ao dizer isto. Contam que Djavan cantava nas ruas e agora está entre os melhores. Agora mais do que nunca músicos e compositores surgem como esquilos por todos os lados numa quantidade absurda, cantoras, instrumentistas, o que é muito bom. Mas sempre os pais, se no caso forem jovens, em muitos casos ficam receosos se a opção de seus filhos for a música.Como toda a escolha pela arte eles ficam indagando e inseguros de como poderá ser o futuro desse filho. De incertezas financeiras, frustrações, muita competição no mercado. E acabam por de certa forma desestimularem que sigam carreira musical ou se não o fizerem diretamente fazem pouco caso, tentando valorizar e sinalizar outros caminhos para este jovem. Outras famílias ao contrário colocam-se ao lado do jovem músico compartilhando as dificuldades e as vitórias. Mas são minoria ainda. Os que possuem talento mas não possuem dinheiro suficiente até para comprar um instrumento e precisam trabalhar o dia inteiro com muita sorte e perseverança conseguirão criar um grupo de pagode , ou de rock para tocar nos fins de semana, entre os amigos e às vezes a coisa acaba dando certo.
Indo um pouco mais adiante para os músicos que já estão no mercado há alguns anos. Os que são os operários da música tocando em barzinhos três ou quatro vezes por semana. Geralmente o cachê fixo varia de 100 a 200 reais por quatro horas de música. Os que acompanham cantores ou instrumentistas geralmente acabam dando aulas por que nem sempre surgem shows, se conseguirem terminar uma universidade como a UNIRIO por exemplo podem dar aulas em escolas. As cantoras ou cantores que tem algum tipo de apoio da família e seguem cantando em bares e conseguindo visibilidade. Os que não tem apoio, geralmente acabam desistindo por que para conquistar um espaço no circuito de boas casas de música é preciso num primeiro momento investir por que não terão retorno financeiro imediato. O certo é que metade dos músicos acabam se envolvendo com produção , ou montando estúdio e como eu disse os únicos que sobrevivem só de música são os que tocam contínuamente em barzinhos.Os que fazem eventos e tem clientela são mais sortudos. Enfim é preciso esticar o pescoço para abraçar esse vasto mundo da música. Estudar e aprimorar-se para valorizar o produto música. E por fim uma categoria curiosa, os músicos que tocam nas ruas. Aqui no Brasil não é tão comum, mas na Argentina e na Europa sim onde são mais respeitados mesmo vivendo de doações voluntárias.Não esqueçamos dos músicos que fazem parte de bandas de grandes compositores ou cantores, que podem respirar um pouco melhor recebendo os cachês da tabela do sindicato, tabela que não é respeitada, por que se todos tivessem que pagar o que está lá então teríamos bem menos músicos no mercado! Os que são unicamente professores e amam o que fazem.Os cantores clássicos que fazem óperas e cantam música erudita, o que no Brasil é mais raro, mesmo por que o mercado para a música clássica no país ainda é muito reduzido.
Obs: O músico da foto é o designer neozelandês Jarred Christison que imaginou que algum músico pretendesse afinar as cordas do seu violão pelas vibrações sonoras absorvidas pelo derrière, e acabou inventando um banquinho genial com uma caixa acústica instalada debaixo do assento. Essa já é outra categoria de músico mas deixemos isso pra depois.