Conheço e vejo todos os dias muitas pessoas na web através das redes sociais das quais participo. Vejo um pouco das suas vidas, compartilho sugestões culturais, vÃdeos, fotos. E alguns momentos me sinto como se estivesse dentro de suas casas. Tenho uma conhecida do bairro com quem me cruzo e à s vezes nem a cumprimento direito, mas na web ela teceu um elogio a alguma coisa que postei. Ao nos cruzarmos outro dia na rua nos cumprimentamos com o olhar e talvez até certa cumplicidade, coisa que não existia antes. Percebi que sim as redes podem ser um acréscimo na melhoria das relações humanas mas nem sempre. Podem servir para acomodar certas emoções que nos impulsionam a socialização e ações propriamente ditas que nos levam a participação concreta nos fatos do dia a dia. Exemplo? O seu telefone não tocar quase nunca e você não ter amigos com quem sair, pegar um cinema ou assistir um show e até mesmo para dar um pequeno passeio. Nesses casos se ilude achando que está cheio de amigos e na verdade não está. Esta ilusão pode aplacar uma tomada de atitude mais agressiva para colocar avante seus projetos e idéias. O mais importante é saber utilizar as redes sociais como um meio eficaz que agregue valores a sua vida. Conheço muitas pessoas que nem utilizam e que não sentem falta. Mas se sabe que em qualquer meio a divulgação de idéias nas redes pode ser fundamental , somar e impulsionar. Mas não devem substituir uma verdadeira atitude fÃsica. Em alguns casos é preciso reforçar com a presença o que foi semeado com e-mails e textos. Faço o teste comigo mesma muitas vezes: quando olho todas aquelas fotos de amigos virtuais e ainda sim me sinto imensamente só é porque algo não está bem, está na hora de abrir a porta, sair à rua e usar o telefone.
03 Agosto 2011
Uma
notÃcia nada positiva foi ver ontem pela manhã alunos de escolas
estaduais do Rio de Janeiro, uniformizados e prontos para entrar no prédio
tendo que voltar pra casa porque os professores estão em greve. Ter bons
professores nestas escolas é um jogo de sorte e azar, alguns são
dedicados outros displicentes. Isso vai criando um clima de desesperança e
falta de confiança nos jovens estudantes que não se dedicam aos estudos.
Normalmente se escuta o comentário, “ pra que fazer o trabalho pode ser que o
professor nem apareça...” Existem os que argumentam que a vocação deve falar
mais forte do que o dinheiro e que apesar dos baixos salários os professores
devem pelo menos respeitar a profissão e dedicar um amor maior a tarefa de
ensinar coisas novas a esses estudantes públicos.
Em frente a Escola Estadual Amaro Cavalcanti no
Largo do Machado os estudantes perplexos sem saber o que fazer escutam os
apelos da professora
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Minha
mãe foi professora pública durante 30 anos e era comum ouvi-la comentar sobre
aquelas que nada queriam com o ensino fazendo o possÃvel para serem
transferidas para secretarias onde estariam livres da árdua tarefa de enfrentar
as classes estudantis. Então independente da dedicação voltada para o ensino
que esses professores possam demonstrar, já que em todas as categorias
existem os bons e maus profissionais, isso é inerente a humanidade, uma
baixa remuneração acaba por colocá-los numa situação aviltante e humilhante,
diante de tamanha responsabilidade social. Passam a não ser respeitados na
sociedade assim como não são mais pelos alunos que sabem das suas dificuldades.
Num paÃs com tantas desigualdades, corrupção e desvio de verbas por todos os
lados, porque não existe um empenho real para aumentar o salário dessas
criaturas? Sou sim a favor da greve como instrumento de luta e reinvidicação
trabalhista mas que estes professores encontrem uma forma de envolver os alunos
nessa luta por melhores condições de ensino. Que saibam envolvê-los
trazendo-os para a discussão e não alienando-os. Que venham também para as ruas
junto com seus mestres fazer parte do que deverá ser o fim de uma utopia, um
salário digno e um tratamento adequado por parte dos burocratas da educação.
Não sei de que forma concreta isso poderia ocorrer porque o movimento
estudantil parece tão pouco politizado hoje. O ideal seria que caminhassem
juntos, estudantes e professores, rumo a melhoria do ensino ao invés de
ficarem em casa dando graças a Deus que não precisam ir a escola por causa da
greve.