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Só não vale homem com homem I

Fiquei bastante indignada ao contrário de muitos  evangélicos  é claro, com a notícia sobre  outdoor colocado no interior de São Paulo, em Ribeirão Preto, com trechos da Bíblia desfavoráveis a união carnal entre pessoas do mesmo sexo. 

Certamente que se um historiador não religioso for analisar a pegação carnal entre os humanos desde os tempos antigos, atestará o que uma maioria já sabe: na Grécia e na Roma antiga era considerado absolutamente normal o sexo entre homens. É claro que vinha envolvido dentro de um contexto de subordinação pois os mais bem colocados na sociedade romana ou grega 'serviam-se' dos escravos ou subalternos homens para satifazerem seus desejos de sexo. Quem estragou tudo foram os cristãos, mulçumanos e toda a religião que foi surgindo depois  e que viam tudo isso como uma forma de contrariar a Deus. 
Mas atualmente o que vemos é uma guerra silenciosa entre o que é considerado politicamente correto e tem que ser 'engolido' por muita gente preconceituosa, como a aceitação da união entre pessoas do mesmo sexo, e a revolta de quem acredita que relações homossexuais são uma aberração e quase um crime. Por isso esse aberrativo outdoor que faz uso da bíblia para demonstrar a ira e violência de um grande número de religiosos desse país que insistem em não aceitar o amor. Então eu me pergunto o porque disso tudo. Se o amor, o  carinho entre as pessoas deve ter medida  e seus   territórios delimitados fisícamente, como onde se deve tocar ou onde se deve buscar prazer. Desde que ninguém se machuque, que não exista violência, o prazer saudável pode advir de qualquer toque permitido em qualquer área do corpo e isso inclui tocar em pessoas do mesmo sexo se houver interesse. O que vejo são pessoas que parecem iradas e com muita raiva dos homossexuais como se fossem pessoas ruins, dominadas pelo demônio, transtornadas e equivocadas. 
Pressinto que isso tenda  a piorar conforme a sociedade for tomando contornos novos e os novos casais gays forem se formando. Já está tomando formas de guerra cultural e social. Espero que nessa luta o amor vença sobre a intolerância e o preconceito.  


Que viva o amor!

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