A morte é uma das grandes questões da humanidade sem solução. Vive-se para morrer. Na psicologia denomina-se "pulsão de morte" o medo inconsciente que todos temos da vida e que acaba se transformando em agressividade. A vida é tão gritante que ter consciência sobre a efemeridade das coisas é doloroso.A forma como todos nós nos apegamos a objetos e acabamos por não querer nos desfazer deles acumulando coisas durante a vida. E o que vemos no final quando as pessoas morrem é a perda de sentido dessas coisas, elas tinham sentido na vida de quem morreu apenas.
São jogadas fora ou doadas, ou divididas entre os mais próximos. É comum ouvirmos "não sei porque fulano tem tantas roupas guardadas não usa quase nada" e essas roupas serão de outros, porque não vale a pena acumular coisas inúteis. Uma senhora que morreu acumulava notas de supermercado, ela necessitava reter essas notas, foi a forma que encontrou de sentir-se mais segura no mundo. Isso era inútil mas era dela. Com a morte todas essas coisas acabam por morrer também. É com sofreguidão que os que sobrevivem avançam por sobre o que de valor fica para usufruto.O que acaba se tornando patético e triste e ver essas cenas pós morte. A morte do ser e a imanência dos objetos físicos que a ele pertenciam e que o cercavam compondo o cenário de seus dias na terra.
A decadência humana que convive com a próxima presença da morte é retratada de forma magnífica em cena do filme clássico Zorba o Grego quando Madame Hortense uma francesa que havia sido célebre vedete no passado passa a viver na ilha grega com os últimos vestidos e objetos que simbolizam os restos de felicidade do que teria sido uma vida de prazeres e alegria. Ela vivia isolada na ilha e os nativos gregos pobres na maioria na década de 60 cobiçavam seus vestidos e poucos móveis que havia trazido da França. Ao ser anunciada com vibração disfarçada a possível morte de Madame Hortense mulheres desesperadas e beatas invadem o quarto arrastando tudo o que podiam deixando apenas o corpo da mulher.O olhar de tristeza que a moribunda lança por sobre suas coisas é de uma verdade gritante. Uma das velhas moradora da pequena aldeia grega grita com satisfação "Ela não tem família!!". A cena está quase no final desse take de 10 minutos que pesquei no Youtube, portanto tenham paciência para vê-la porque vale a pena.
A precariedade humana traz uma constatação aguda sobre nossas passageiras intenções e idéias que visam construir patrimônio para ser destruído ou substituído.Ficam as estátuas, os livros e os vestidos até que alguma catástrofe ou traça acabe com eles.
São jogadas fora ou doadas, ou divididas entre os mais próximos. É comum ouvirmos "não sei porque fulano tem tantas roupas guardadas não usa quase nada" e essas roupas serão de outros, porque não vale a pena acumular coisas inúteis. Uma senhora que morreu acumulava notas de supermercado, ela necessitava reter essas notas, foi a forma que encontrou de sentir-se mais segura no mundo. Isso era inútil mas era dela. Com a morte todas essas coisas acabam por morrer também. É com sofreguidão que os que sobrevivem avançam por sobre o que de valor fica para usufruto.O que acaba se tornando patético e triste e ver essas cenas pós morte. A morte do ser e a imanência dos objetos físicos que a ele pertenciam e que o cercavam compondo o cenário de seus dias na terra.
A decadência humana que convive com a próxima presença da morte é retratada de forma magnífica em cena do filme clássico Zorba o Grego quando Madame Hortense uma francesa que havia sido célebre vedete no passado passa a viver na ilha grega com os últimos vestidos e objetos que simbolizam os restos de felicidade do que teria sido uma vida de prazeres e alegria. Ela vivia isolada na ilha e os nativos gregos pobres na maioria na década de 60 cobiçavam seus vestidos e poucos móveis que havia trazido da França. Ao ser anunciada com vibração disfarçada a possível morte de Madame Hortense mulheres desesperadas e beatas invadem o quarto arrastando tudo o que podiam deixando apenas o corpo da mulher.O olhar de tristeza que a moribunda lança por sobre suas coisas é de uma verdade gritante. Uma das velhas moradora da pequena aldeia grega grita com satisfação "Ela não tem família!!". A cena está quase no final desse take de 10 minutos que pesquei no Youtube, portanto tenham paciência para vê-la porque vale a pena.
A precariedade humana traz uma constatação aguda sobre nossas passageiras intenções e idéias que visam construir patrimônio para ser destruído ou substituído.Ficam as estátuas, os livros e os vestidos até que alguma catástrofe ou traça acabe com eles.